Que pinga, que molha, que (in)quieta

A chuva percorre a extensão da cidade na verticalidade de suas gotas. E eu [úmida por dentro] ponho-me na janela para escutá-la
para me perceber a cada (in)quietude que os pingos derramam.

Com um lápis escorrendo entre os dedos, me percebo e de líquidos densos transbordo: enquanto as gotas despencam para baixo, eu [encharcada de pensamentos] despenco para cima.


A poetisa é aquela que despenca para cima. Transita pelo mundo de ponta-cabeça.

Comentários

  1. Sempre gosto de vir aos primeiros poemas, os inícios que se impõem como grito ainda, antes de poesia, mas... Eis o que encontro aqui!!! Talvez teu melhor poema, muito lindo, do começo ao fim!
    PS.:"Uma delicada forma de calor"!

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