Carta à memoria I

Fragmentos sobre as insistências de caminhar bandeiras


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Do Cerrado tupiniquim, um punhado de memórias que se faz saudade, um punhado de partilhas que se faz certeza de na Luta caminhar mais e mais.
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Numa terra de pintura seca, os olhares, no encontro dos interiores, percorreram tanto caminhar. Tantos gostos, cheiros e rostos. Tantas raízes entrelaçadas. Tantas vozes, peles e aconchegos de abraços.
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Na estrada da chegada [céu], já se enxergava o nome e o tamanho da exploração: latifúndios, que mesmo do alto, revelavam sua grande extensão de cercas e de morte.
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Ah, a terra. Em contra partida do (des)uso dela para tanta morte, os tantos pés de companheiras e companheiros faziam da terra terreiro e terreno de esperança. Terra vermelha, quão chama de um chão. A ciranda tornou-se dança de comunhão e participação. A cada giro, a pertença a um caminho de ternura e resistência. A cada passo, o tom avermelhado do chão pintou os pés de memória Latino-América. Tão gostoso pisar o nosso chão e se sujar de vida.
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Na tecidura dos sonhos, as Pastorais da Juventude do Brasil alinhavaram o tecido que querem percorreu no ano que se aproxima. As linhas utilizadas reafirmaram sua opção pela tal da falecida [a Teologia da Libertação (se anunciam sua morte, nós espalhamos sua Ressurreição, pois nesta arte de espalhá-la com dor, alegria e resistência, fizemos amanhecer comunidades)]. Os tecidos:
- Juventude, Terra Viva
Da Mãe-Terra Esperança e Resistência

- Juventude Negra e Indígena: Comunidades de Resistência
Dos Tambores e Cirandas à Luta pela Vida

-Juventude e Protagonismo Feminino
Jovens Mulheres tecendo Relações de Vida

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Pâmela Grassi,

Comentários

  1. mas oooheim... ta lindo o blog...
    muito bonito, tua cara mesmo....
    parabéns

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  2. Texto importante, Pâmela!
    Importante e muito bem escrito!
    Parabéns, querida!
    Grande abraço...

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  3. seja bem vinda de volta!
    quanta coisa nos traz!
    sempre bom refletir sobre nossa terra!

    obrigada pelo selo!
    é bom saber que pessoas que sabem escrever apreciam te ler!

    beijos, querida flor.

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  4. Menina,já estava com saudades!

    Ótimo texto,tecelã de palavras! =)

    Bjinhos***

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  5. Pâmela,
    Gostoso é se sujar de vida, conduzida por tudas palavras!

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  6. Coisa boa saber que, na sua ausência dos teus alinhavos por aqui, estavas empenhada na confecção desses lindos tecidos!

    muchas gracias pelo selo guria! fiquei muito contente com esse presente!

    Beijão Pâmela..

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  7. Ja leu "um rio chamado tempo, uma casa chamada terra" do Mia Couto?
    abs

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  8. Pam!
    Regressei e apanhei logo este teu texto! Tão bem escrito...tão importante para avivar os alinhavos da memória.
    na minha terra , a terra também é vermelha e eu também fiz parte de uma ramificação intercontinental da Teologia da Libertação... coisas que nos aproximam mais, afinal !
    beijo no coração.

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  9. esqueci dizer que adorei o novo figurino do blog!
    :)

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  10. Legal o fundo do teu blog,Pamela!Eu gostei dele.Gostei do pano colorido.Além disso,garanto que tem muita coisa boa e interessante para se ler no teu blog.Aliás,falando em blog recomendo que tu de uma olhada em outro blog,Boteco do Pulga.Conhece?heheh.

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  11. Pâmela,
    Que texto lindo. Prosa poética de primeiríssima e com conteúdo de sobra. Adorei o tema e o linguajar repleto de sensibilidade e visão aguçada.
    Beijo grande,

    Ivan Bueno
    blog: Empirismo Vernacular
    www.eng-ivanbueno.blogspot.com

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  12. tens o dom da escrita, e importante ver que nossas mulheres, assim como vc, tem uma perspectiva diferenciada.

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  13. Que lindo o texto, o trabalho, o olhar e fazer sobre isso tudo. Ainda bem que a teologia da libertação floresce, fortificada.

    beijo grande

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