Missiva

Escrevo na lua nova. Dentro de mim, a terra está umectante. Quando extensão do corpo, é tecido de um vermelho tão intenso que, a flôr da pele me encontro. Há uma confluência de raízes das palavras menstruação, memoria, recordação e desejo. Por isso e talvez que, onde o sangue pisa, a cabeça recorda e a memoria se faz desejo. Re-viro meu vocabulario. Busco palavras em tom de despedida. Sem me pedirem licença, as memórias de tua pessoa veem. De passado elas são constituídas. E também travestidas de um presente com cheiro forte e vital, que me inspira, aspira, espira e respira. O corpo umedece. A memoria e desejo me definem nesta madrugada de adeus. Mas as palavras... Ah! Estão não chegam. Eu vou é roubar, por alguns instantes, a Janela de Memoria do Galeano.

"Quem nomeia, chama. E alguém acorre, sem ter reserva, sem explicações, ao lugar onde o seu nome, dito ou pensado, o está chamando. Quando isso acontece, se tem o direito de acreditar que ninguém vai-se embora totalmente até que não morra a palavra que, chamando-o, o faz voltar."

Um abraço tal qual um rio, tortuoso no seu caminho, porém tranquilo aos braços do mar. 

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