Ainda sobre as folhas de plátanos
Frida, que ali caminha todos os dias, seduzia-se pelo farfalhar das folhas secas de plátanos, que estendidas no chão teciam na grama do parque uma cartografia amarela.
Num dia em que o Sol despejou seus feixes quentes sobre o frio daquela cidade, ela, arrebatada pelo amarelo do astro-rei e da terra, não tardou em deitar-se sobre as folhas e incorporar seus moVimENTOS.
O perfume úmido, exalado da decomposição dessas, penetrava suas vias respiratórias ascendendo a memória de que, essencialmente, os corpos femininos eram filhos da Mãe-Terra.
Folhas e Frida dançavam ali, anônimas
ao odor do húmus, do ventre que as geraram.
Pâmela Grassi,
[Há quatro dias atrás, em meio ao término das aulas, o Ivan me presenteou: a última prosa poética aqui postada tornou-se um poema. Grata e feliz-feliz pelo teu acabamento. Para quem desconhece este tecelão de palavras, fica o convite de percorrer as linhas literárias que nele residem e que tornam os dias ensolarados.]
Num dia em que o Sol despejou seus feixes quentes sobre o frio daquela cidade, ela, arrebatada pelo amarelo do astro-rei e da terra, não tardou em deitar-se sobre as folhas e incorporar seus moVimENTOS.
O perfume úmido, exalado da decomposição dessas, penetrava suas vias respiratórias ascendendo a memória de que, essencialmente, os corpos femininos eram filhos da Mãe-Terra.
Folhas e Frida dançavam ali, anônimas
ao odor do húmus, do ventre que as geraram.
Pâmela Grassi,
[Há quatro dias atrás, em meio ao término das aulas, o Ivan me presenteou: a última prosa poética aqui postada tornou-se um poema. Grata e feliz-feliz pelo teu acabamento. Para quem desconhece este tecelão de palavras, fica o convite de percorrer as linhas literárias que nele residem e que tornam os dias ensolarados.]
a palavra é: SENSIBILIDADE.
ResponderExcluirComo eu adoro o farfalhar de folhas secas.
ResponderExcluirLindo, Pâmela.
Beijos.
e aqui encontro essas folhas secas...
ResponderExcluirvontade de chamar dias de inverno que valorizamos mais a presença do Sol.
frida...
ResponderExcluirgosto demais dessa sua sensibilidade.
beijo moça bonita.
é bom ter sua doce presença no reino,
Jenifer
Fridas me remetem às alemãzinhas do sul :)
ResponderExcluirLindas, lindas as tuas palavras...preenchem o coração e levam-me no vento até paisagens lindas e maravilhosas!
ResponderExcluirSara
É de sentir as folhas pertinho.
ResponderExcluirLindas palavras como sempre Pâmela, você coloca seu lindo coração para escrever.
Grande Beijo!
Folhas secas, folhas de outono, folhas de inverno, mexem com a minha psique... Deixam-me reflexiva... Que bom!
ResponderExcluirAdorei o seu texto, querida Pâmela!
muito lindo!
Beijo
Buenas...
ResponderExcluira Janela Lateral consiste em você tirar uma foto de alguma janela da sua casa, da vista dessa janela (sala, quarto) e escrever algumas linhas sobre essa visão. O que você vê, o que você sente ao ver, sensações, divagações...
A idéia é que pouco nos atentamos o quanto nossa memória-sensível é enquadrada por essas janelas - organizamos nossa visão das coisas a partir desses enquadramentos que se perdem na correria do cotidiano, daí a idéia desse projeto/proposta.
Hoje postarei mais uma janela, pode conferir, para ficar mais claro!
abração
Sinto cada pelavra do que escreve!
ResponderExcluirCom esse texto não foi diferente.
Bjinhos***
Coisa linda são essas folhas, né?
ResponderExcluiressa semana fui até o parque, vi os plátanos desnudos e o chão decorado de folhas amarelo-avermelhadas. Sentei-me por lá, a olhar as folha, brincar com elas...adooooroo!
e o semestre, findo?
beijão
Teu post me lembrou Nana Caymi
ResponderExcluir"Batidas na porta da frente...
É o tempo...
Ele adormece paixões, eu desperto."
Beijo meu
Esta ilha não tem fortuna
ResponderExcluirTrocou-a por um curioso mistério
Este irreal e intenso verde
Que inunda o olhar mais sério
Nesta ilha há um beijo na tua procura
Nesta ilha as pedras não têm idade
Nesta ilha as juras são lançadas à maresia
Nesta ilha o sonho é janela da verdade
Doce beijo
Ainda agora começou o Verão aqui, mas cada vez acho que gosto mais do Outono...
ResponderExcluir"O perfume úmido, exalado da decomposição dessas, penetrava suas vias respiratórias ascendendo a memória de que, essencialmente, os corpos femininos eram filhos da Mãe-Terra.
Folhas e Frida dançavam ali, anônimas
ao odor do húmus, do ventre que as geraram."
É!
beijo
Pâmela,
ResponderExcluirAdoro essas folhas, suas cores, sua beleza. As imagens e sons que você coloca nas suas palavras dão vontade de viajar.
Que bom que você gostou da poesia que eu vi na sua prosa “Sobre a poesia comungada quando dois”.
Atrevo-me, de novo, a colocá-la aqui para que possam ver que linda poesia você fez:
SOBRE A POESIA COMUNGADA QUANDO DOIS
Pâmela Grassi
À beira do verso, te descobri
por detrás da palavra.
E para me perder
em teus instantes úmidos,
teria de prová-las.
Devorar o gosto
que elas guardavam.
Masquei a entrega desta assimilação
e lancei-me na tua escrita.
Teu corpo, estendido
sobre o papel era coberto delas,
que caminhavam
por cada canto e recanto.
Dos versos preliminares,
consumados por lábios sedentos
de busca, desceu pelo pescoço
a (lingua)gem.
Insinuou uma de tuas estrofes
para a escrita dos suspiros.
Percorri ela com poesia
dita no teu ouvido.
E o gozo das tuas palavras
penetrou na minha leitura.
A antropofagia da palavra
encarnada nos provou.
Comungou de nossos corpos.
(E tua escrita em mim permaneceu,
alimentando-me de tua saudade,
que é movimento intenso
a percorrer papel-caminho)
Beijo grande, poeta.
Ivan Bueno
blog: Empirismo Vernacular
www.eng-ivanbueno.blogspot.com
É que a verdadeira entrega à vida se dá em pequenos momentos
ResponderExcluirte amo!
ResponderExcluirte leio como se estivesse dentro de mim!
beijos com saudades