Poesia-cebola

aos poetas e poetisas que fazem de suas palavras farturas de sofrimento


Finge a dor que deveras sente

Tenho-me aqui, no meu canto de abandono,
a contemplar os gritos que dançam dentro do meu silêncio, e que fora dele são colocados na forma salgadas das lágrimas.
Tenho-me aqui, nesta noite de cantos tristes,
a sentir que de palavras encharcadas bebo do meu caderno-corporal
Tenho-me aqui, percorrendo estes versos decadentes,
a deparar-me que tu não compuseste frases que me ensinaste a te esquecer

Interstícios da fingida dor que deveras sente

Tenho-me aqui, no meu canto de abandono,
a contemplar as palavras que dançam dentro do meu silêncio e que fora dele são intimidadas pelo deserto branco.
Tenho-me aqui, nesta noite de cantos de inspiração,
a sentir que de escritos meu egocentrismo aplaude.


Pâmela Grassi

Comentários

  1. Uma lágrima tá querendo pular, deixo ou não deixo?
    De qualquer forma, meu coração tá aquecido agora que te li.



    [Que vejo 'cores' em você.]

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  2. Sempre venho aqui, leio, abro link para comentar rodo dentro de minha cabeça buscando ali e no ali algo que vá de encontro ao que acabei de ler e sentir, logo em seguida vou embora sem nada comentar, espero que meu silêncio diga algo eu não sei dizer, juro que tentei, juro...

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  3. Lembrando: A cebola tem várias camadas!

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  4. "palavras que dançam dentro do meu silêncio"

    uma dose gigante de contentamento para meus olhos!

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  5. A minha palavra se esconde entre os versos que não criei, entre os amores que não chorei mas a dor.. essa eu sinto.

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