Dança da poetisa

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Nesta noite fria, atraída pela fisionomia do silêncio que se instaura na chuva, bandos de passarinhos pousam um a um nestas folhas brancas. Batem suas asas, esvoaçam palavras.

- Quem sabe seja isto uma árvore, sussurra Cortázar

- Quem sabe a expressão do namoro do corpo pela alma: corpo que se estende molhado para provar do céu, alma que recolhe gotas para beber do espanto, disseram os passarinhos


Poetisa é quem enamora os interstícios do corpo na alma e vice-versa

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Pâmela Grassi,

numa noite em que os pássaros pousaram nas folhas em meio a um trabalho desesperado de história medieval

Comentários

  1. Interessante o seu comentário lá no blog. Poesia forte a sua, parece a vivência de uma cena difusa, na separação do corpo e alma que unem-se intermitantemente para provar um do outro, para que se lubrifiquem e continuem fluentes como um rio que jorra denso em sentimentos afogados em palavras. Depois irão separar-se novamente a fim de não sentirem-se solitários, para haver certeza de que são dois.

    BeijO!

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  2. É que isso ficou tão intenso e bonito. É que os passarinhos parecem ser, então, espectadores desse namoro entre corpo e alma. E com seus pequeninos olhinhos enxergam tanto de nós. Muito mais do que os tantos que nos atravessam dia a dia.

    Um beijo, flor.

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  3. A poetisa dança quando alguém capaz de bater asas aparece, desvendando, fazendo com que as palavras voem, sigam a trajetória de algo distante ou próximo... quem sabe isso não seja uma árvore!

    beijos

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  4. Você aqui...
    E tão livre e colorida quanto lá...
    Tão bonito

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  5. nossa, muito lindo!
    quisera eu escrever tão bem assim...

    beijos

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  6. Poetisa é aquela que das palavras faz jorrar bonitezas

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