Sobre a poesia comungada quando dois

À beira do verso, te descobri por detrás da palavra. E para me perder em teus instantes úmidos, teria de prová-las. Devorar o gosto que elas guardavam. Masquei a entrega desta assimilação e lançei-me na tua escrita. Teu corpo, estendido sobre o papel era coberto delas, que caminhavam por cada canto e recanto. Dos versos preliminares, consumados por lábios sedentos de busca, desceu pelo pescoço a (lingua)gem. Insinuou uma de tuas estrofes para a escrita dos suspiros. Percorri ela com poesia dita no teu ouvido. E o gozo das tuas palavras penetrou na minha leitura. A antropofagia da palavra encarnada nos provou. Comungou de nossos corpos.

E tua escrita em mim permaneceu,
alimentando-me de tua saudade,
que é movimento intenso a percorrer papel-caminho,


Pâmela Grassi,

imersa de cantos alegres(tenses)

Comentários

  1. Linda prosa, uma leitura de suspirar...

    Beijos.

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  2. Ai ai...
    que bom que algo permaneceu ... escrita/saudade.
    ruim é quando só sobra o vazio.

    lindo seu texto!

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  3. Pâmela...

    É assim a poesia!
    Uma torrente de emoções e sede de desejo a percorrer o papel caminho da nossa pele!


    Beijosss
    AL

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  4. Olá!! eu sou do sul do sul - cidade de Rio Grande - agora morando em POA, e o blog tem esse projeto de descrever esse estranhamento com a "capitar"...

    você é de Caxias não é? Bem, estou dividindo o ap com um caxiense inclusive...

    bem, um abraço e agora como seguidor
    felipe-o matuto

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  5. Você como sempre,
    tão intensa.
    Palavreando bonito por aí..

    Adoro!

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  6. E alimentar saudades tem lá suas vatagens, como diz a Ana Jácomo 'existem saudades que sabem rir'.

    Beijo, Pâmela.

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  7. quando eu venho aqui ler
    me sinto dentro de uma renda nordestina
    tudo certinho, com capricho, que as linhas te entrelaçadas me levam pra cores que nunca tinha visto antes.
    alta costura.

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  8. Muito sensual.
    imagens bonitas, Pâm.
    Gostei :)
    beijo

    também gostei do novo visual...

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  9. E a palavra pode ter vários gostos nas mãos de quem sabe escrevê-la.
    Parabéns! Gostei muito.

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  10. Nossa! Pâmela, talvez tu nem vai acreditar, mas venho pensando já faz um tempo n'alguns versos destes teus, mas não consegui concebê-los... talvez eu trataria a palavra com menos pudor, pois como disse, são minhas putas, me exploram na verdade... A palavra que escrevo é meu próprio algoz, me entrega nas entrelinhas, entrelínguas ao leitor, simula orgasmos no papel... e por vezes o próprio poeta se deixa iludir por elas acreditando sê-lo. Sempre tento entender que tudo isto é "só" literatura, este é meu ofício, trabalho com isto. Mas não perco o vício de aproximar os versos da minha vida real... e isto nunca deu muito certo.
    Atraentes as tuas palavras!
    Abraço.

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  11. Me perdi tamanha a intensidade dessa relação. Senti vonta de ser letra para alguém ser palavra... Adorei!

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  12. ai dona moça,
    esses versos me tiraram o ar.


    dia desses vou roubar uns aqui e postar no reino rs.


    um beijo minha querida.
    um beijo.


    jenifer

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  13. Meninaa!

    Que metáforas foram essas?!

    Amei!

    Bjinhos***

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  14. Pâmela,
    Lindo lindo lindo! Dá até uma pontinha de "inveja" da beleza das palavras e do suposto dedicado.
    Esta prosa, li como verso, e é poesia, mesmo. Bela. Adorei. Te mando por e-mail minha leitura pra você me dizer o que acha, mas é poesia pura.
    Beijo enorme,

    Ivan Bueno
    blog: Empirismo Vernacular
    www.eng-ivanbueno.blogspot.com

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  15. Pâmela, intensa imersão essa! E linda!

    adorei esse novo visual. quando vi esse fundo no design, de cara pensei em ti.

    beijão, bom findi!
    Com sol e calorzinho :D

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  16. Pâmela
    Cada palavra ganhou corpo... Nenhuma vã...
    Grande abraço!

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  17. Tenho uma proposta pra te fazer Pamela...
    particpar da sessão "Janela Lateral" lá no blog. Topa? bem, se tiver me diz que te dou as informações, é coisa simples, sem mistério, e indolor...heheh
    abs

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  18. Confesso que também me arrancou suspiros...lindo, lindo.
    Parabéns!!
    Beijos, Pâmela.

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  19. êxtase, não apenas lírico, mas vivido

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